Projeto Humanarte - Vocabulário de Psicanálise
Jacques Lacan (1901-1981)

Jacques-Marie Émile Lacan, psicanalista francês, formou-se em Medicina e passou da neurologia à psiquiatria. Teve contato com a psicanálise através do surrealismo e a partir de 1951, afirmando que os pós-freudianos haviam se desviado, propõe um retorno a Freud. Para isso, utiliza-se da lingüística de Saussure (e posteriormente de Jakobson e Benveniste) e da antropologia estrutural de Lévi-Strauss, tornando-se importante figura do Estruturalismo. Posteriormente encaminha-se para a Lógica e para a Topologia. Seu ensino é primordialmente oral, dando-se através de seminários e conferências. Em 1966 foi publicada uma coletânea de 34 artigos e conferências, os Écrits (Escritos). A partir de 1973 inicia-se a publicação de seus 26 seminários, sob o título Le Séminaire (O Seminário).
Sua primeira intervenção na psicanálise é para situar o Eu como instância de desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do narcisismo. É o momento do Estádio do Espelho. [1] O Eu é situado no registro do Imaginário, juntamente com fenômenos como amor, ódio, agressividade. É o lugar das identificações e das relações duais. Distingue-se do Sujeito do Inconsciente, instância simbólica. Lacan reafirma, então, a divisão do sujeito, pois o Inconsciente seria autônomo com relação ao Eu. E é no registro do Inconsciente que deveríamos situar a ação da psicanálise.

Esse registro é o do Simbólico, é o campo da linguagem, do significante. Lévi-Strauss afirmava que "os símbolos são mais reais que aquilo que simbolizam, o significante precede e determina o significado”, no que é seguido por Lacan. Marca-se aqui a autonomia da função simbólica. Este é o Grande Outro que antecede o sujeito, que só se constitui através deste - "o inconsciente é o discurso do Outro", "o desejo é o desejo do Outro". O campo de ação da psicanálise situa-se então na fala, onde o inconsciente se manifesta, através de atos falhos, esquecimentos, chistes e de relatos de sonhos, enfim, naqueles fenômenos que Lacan nomeia como "formações do inconsciente". A isto se refere o aforismo lacaniano "o inconsciente é estruturado como uma linguagem"

   
A - H
 
I-P
 
R-V
 
Nomes
 
Agressividade Inconsciente Relações de Objeto Freud, Sigmund (1856-1939)  
Arquétipo (Jung) Inveja Sado-masoquismo Jung, Carl Gustav (1875-1971)  
Complexo de Castração Símbolo (Jung) Klein, Melanie (1882-1960)
Narcisismo
Complexo de Édipo
Objeto
Sonho Lacan, Jacques (1901-1981)
Deus Perversão
Sublimação Reich, Wilheim (1897-1957)
Fase Oral Psicanálise Silveira, Nise da (1905-1999)
Superego
Winnicott, Donald (1896-1971)
Homossexualismo Pulsão
Violência